sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Grécia: Nasceu a "Unidade Popular"!

21/8/2015, Stathis Kouvelakis, pelo Facebook, 13h34 (hor. Atenas, GMT+3) (fr., trad. Matthias De Lozzo)




Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu



Nas primeiras horas da manhã de hoje, 25 deputados do SYRIZA deixaram o grupo parlamentar de seu partido para criar novo grupo, sob a denominação de "Unidade Popular". A maior parte desses deputados são afiliados à plataforma de esquerda, mas outros também se uniram, como Vangelis Diamantopoulos ou Rachel Makri, colaborador próximo de Zoe Kostantopoulou.

É importante evento na política grega, mas também para a esquerda radical, na Grécia e no plano internacional.

Três elementos devem ser destacados.

Primeiro, que "Unidade Popular" é a denominação da nova frente política que reagrupará 13 organizações da esquerda radical que assinaram o documento de 13 de agosto que propõe que se constitua a Frente do Não. Essa Frente é, pois, o primeiro resultado concreto de uma recomposição no seio da esquerda radical grega. É recomposição que recolhe lições dos últimos cinco anos, e, claro, da experiência do Syriza no poder e da catástrofe que daí resultou.

Segundo, que o objetivo da Frente é constituir a expressão política do Não, como se manifestou nas eleições de janeiro e depois do referendum de 5 de julho. 

As principais linhas programáticas são: ruptura com a austeridade e os Memoranda; rejeição de todas as privatizações e nacionalização, sob controle social, dos setores estratégicos da economia, a começar pelo sistema bancário; e, em termos mais amplos, um conjunto de medidas radicais, que farão pender o equilíbrio de forças a favor do trabalho e das classes populares e que abrirá caminho para a reconstrução progressista do país, de sua economia e de suas instituições.

Esses objetivos não se podem realizar sem sair da Eurozona, como a catástrofe recente já o demonstrou abundantemente, e sem romper com o conjunto das políticas institucionalizadas pela União Europeia. A Frente também lutará por um combate internacionalista unitário em torno de objetivos comuns em escala europeia e internacional, e apoiará: a saída do país, da OTAN; a ruptura dos acordos existentes entre Grécia e Israel; e a oposição radical às guerras e intervenções imperialistas.

Terceiro, o novo grupo parlamentar é agora o terceiro, em número de votos, no Parlamento Grego, maior que "Aurora Dourada", o partido neonazista. Significa que, nos próximos dias, o dirigente da Frente do Não, Panagiotis Lafazanis, terá mandato para constituir governo que durará três dias, como o determina a Constituição grega. Depois da queda do governo Tsipras, esse mandato está agora entregue ao segundo partido do Parlamento, "Nova Democracia", o principal partido de oposição de direita. Esse tempo será usado pela Unidade Popular para lançar vasto debate e mobilizar todas as forças sociais que queiram combater a austeridade o arrocho e as Memoranda, os anteriores e o recente.

O programa do partido e o conjunto de seus apoiadores entre as personalidades da esquerda grega que é lista realmente impressionante, serão divulgados na próxima semana (Atenas, 21 de agosto).

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